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sábado, 10 de novembro de 2012

TESTE HB20



Hit the road, HB20 – como é o desempenho do coreano na estrada?

São vários os filmes e músicas que envolvem o trio “carro”, “motorista” e “estrada”. Admito que um dos programas preferidos é, justamente, encarar algumas centenas de quilômetros ao volante de algum carro. E devo dizer: tenho a sorte de já ter feito isso a bordo de vários tipos de carros, de populares e seus terríveis motores 1.0 até esportivos que fazem você se preocupar em se manter dentro dos limites de velocidade.
Dado o porte do Hyundai HB20 e a motorização do modelo, imaginei que ele ficaria em um meio-termo entre o típico carro estradeiro e aqueles carros que não deveriam jamais, em hipótese alguma, colocar seus quatro pneus na estrada. Compacto, altinho, leve e potente, a ideia que eu tinha era a seguinte: “ele deve andar bem, ser seguro para ultrapassagens e fácil de manter em velocidade constante, porém o baixo peso deve torná-lo instável em velocidades mais altas”. Digamos que não acertei totalmente em cheio nessa estimativa…
A viagem começou com um telefonema: “estamos, na estrada, indo para a fazenda, lá perto de Araraquara. Topa?”. Basicamente a ideia era a de me juntar à família de uma amiga de faculdade, que iria pra lá com o namorado. O programa, tradicionalmente divertido, teria ares práticos: eu precisava medir o consumo rodoviário do carro. “Topo. Saio de casa em meia hora”, respondi.
E lá estava eu, o HB20 e a Rodovia dos Bandeirantes. Era hora de ver o que o coreaninho sabia fazer. A viagem, de cerca de 300 km, seria um tranquilo e divertido passeio ou eu chegaria na tal fazenda em crise com o hatch?
Jogando em casa
Felizmente, o que houve foi a primeira impressão. O primeiro ponto que chamou a atenção foi o vigor do motor. É extremamente tranquilo manter os 120 km/h regulamentares e, nessa velocidade, o silêncio à bordo só era quebrado pelos acordes roqueiros provenientes do bom sistema de som do carro. Pouco se ouve do mundo exterior com o carro em movimento, seja o som do ar sendo cortado pela carroceria do carro, o atrito dos pneus com o solo ou o motor. A estabilidade também é elogiável. E não falo da facilidade para encarar curvas e sim da quase nula flutuação da carroceria do carro em alta velocidade. Ponto para o HB20.
Próximo ao meu destino, foi a vez de encarar uma estrada de terra. O ajuste mais firme da suspensão do Hyundai me causou uma certa apreensão para essa parte, enquanto eu já preparava minha coluna para os possíveis solavancos. Ledo engano: o hatch encarou bem essa parte e, fora o som de pedriscos atingindo o assoalho do carro, poucos eram os indícios de que eu estava percorrendo um trecho sem pavimentação.
E, por falar em terra, a vedação do Hyundai mostrou ser boa. O pó, apesar de acumulado na moldura das portas, não passava dali, como pode ser visto na foto acima.
Quero minha comissão, Hyundai!
Já devidamente instalado no local no qual eu passaria os dias seguintes, a turma reunida por lá queria saber sobre o carro. E olha que eu nem comecei o assunto. “Posso dar uma olhada?” e “Quero fazer um test drive” foram frases repetidas mais de uma vez pelos presentes. Entre eles, pessoas que trocariam de carro no próximo ano. Nas primeiras rodadas de cerveja foram, não por iniciativa minha, que fique claro, o assunto foi monopolizado pelo carrinho. Como já escurecia, o “tour” pelo HB20 ficou para o dia seguinte.
O primeiro passeio a bordo do carro, com quatro ocupantes, rendeu elogios ao compacto. “Carrão, hein?”, “Ele é bem bonito”, “Anda bem!” e “Concorre mesmo com o Gol? Parece carro maior” eram as frases da vez. No dia seguinte, foi a vez do “test drive”, que rendeu elogios ao desempenho, ao conforto e, principalmente, aos engates justos e macios do câmbio e ao peso da direção. Pelo visto o hatch ganhou alguns fãs e futuros donos. Alô, Hyundai, cadê minha comissão?
De volta ao mundo
Retornar de uma viagem nem sempre é agradável. Ainda mais quando a vontade era a de não voltar. Ao menos o HB20 não tornou esse processo tão desgastante. Foi a hora de notar que os bancos dianteiros são bastante confortáveis e fornecem um bom apoio para o corpo, inclusive nas laterais.
O desempenho do carro na estrada também ajuda a não cansar o motorista. Por ser estável, ele não sujeita o condutor a situações estressantes, como ter que corrigir a trajetória do veículo a cada rajada de vento mais forte ou precisar apelar a entidades superiores durante ultrapassagens. À noite, cenário da volta, os faróis iluminam bem e a iluminação dos mostradores, que mescla azul e branco, não cansa os olhos.
O resultado disso foi bem claro: motorista inteiro para encarar uma semana de trabalho duro e carro aprovado para viagens longas. Nesse teste, o HB20 passou. E com louvor.
Fonte: http://revistaautoesporte.globo.com/